sábado, 17 de setembro de 2011

Nós somos águias !

 O contexto é o seguinte : em meados de1925, James Agrey havia participado de uma reunião de lideranças populares na qual se discutiam os caminhos da libertação do dominio colonial inglês. As Opniões se dividiam.
 Alguns queriam o caminho armado.Outros, o caminho da organização política do povo,caminho que efetivamente triunfou sob a liderança de Kwame N'krumah.Outros se conformavam com a colonização á qual toda a África  estava submetida. E favi tambem aqueles que se deixavam seduzir pela retórica dos ingleses. Eram favoráveis presença inglesa como forma de modernização e de inserção do grande mundo tido como civilizado e moderno.
 James Aggrey, com fino educador, acompanhava atentamente a cada inteverção, num dado momento, porém, viu que líderes importantes apoiavam a causa inglesa. Faziam letra morta de toda história passada e renuciavam aos sonhos de libertação. Ergueu então a mão e pediu a palavra. Com grande calma, própria de um sabio, e com certa solenidade, contou a seguinte historia.
 "Era uma vez um camponês que foi a floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa.
Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei / rainha de todos os pássaros.
 Depois de 5 anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista :
-Esse pássaro ai não é galinha. É uma águia.
-De Fato - Disse o camponês. É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase 3 metros de extensão.
-Não - retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. pois tem um coração de águia. Este coração a fara um dia voar às alturas.
-Não, não- insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
 Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse :
-Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe !
 A águia passou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente, ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
 O camponês comentou :
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha !
- Não- tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
 No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe !
 Mas quando a  águia viu lá embaixo as galinhas, cisando o chão. pulou e foi para junto delas.
 O Camponês sorriu e voltou à carga:
- Eu lhe havia dito, ela virou galinha !
- Não - Respondeu o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma ultima vez. Amanhã a farei voar.
 No dia seguinte, o naturalista eo camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram na para fora da cidade, longe das casas, dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.
 O naturalista ergueu a águia, já que você é uma águia, já que você pertence aos céus, e nao a terra, abra suas asas e voe !
 A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmamente, bem na direçao do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
 Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, granou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se, sobrena, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais alto. voou...voou... até confundir-se com o azul do firmamento..."
 E Aggrey terminou conclamando :
 - Irmãos e Irmãs, meus compatriotas ! Nós fomos criados á imagem e semelhança de Deus ! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, companheiras e companheiras, abramos as asas e voemos. Voemos como ass águias. Jamais nos contentamos com os grãos que nos jogaem aos pés para ciscar.


 Para refletirmos, todos nós nascemos com a mesma capacidade de sermos algo melhor, intão, não nos contentemos com o pouco, queiramos sempre mais e mais. Não deixem fazer-nos pensar e agir como galinhas, vamos ser sempre Águias !


A águia e a galinha : uma metáfora da condição humana, Vozes 2011. pagina 29-34 ( fragmento)


C.LEO JUNIOR Eduardo Marques

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